Feiras de Moda – Feiras da Indústria de Calçados
Feiras internacionais do setor calçadista no primeiro trimestre de 2023 devem gerar US$ 74 milhões para empresas brasileiras
As ações internacionais apoiadas pelo Brazilian Footwear, programa de fomento às exportações de calçados mantido pela Abicalçados em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), devem gerar US$ 74 milhões para empresas brasileiras. O cálculo soma os resultados da Expo Riva Schuh (Itália), Missão Colômbia, Circuito de Promoção Comercial nos Estados Unidos – Playtime NY, Magic/Project Las Vegas, Atlanta Shoe Market e Magic NY – e da Micam Milano (Itália). Todos os eventos foram realizados entre janeiro e fevereiro deste ano.
A gestora de Projetos da Abicalçados, Letícia Sperb Masselli, destaca que os eventos uniram marcas de diferentes perfis, portes e maturidades exportadoras. “O Brazilian Footwear, desde seu primeiro convênio, no ano 2000, tem como premissa apoiar as exportações brasileiras do setor, não somente no que diz respeito à promoção comercial e de imagem, mas também com o desenvolvimento da internacionalização na cultura das empresas”, avalia. No ano passado, somando todas as ações do Brazilian Footwear, foram gerados mais de US$ 116 milhões para as marcas brasileiras. Convertendo para a média do Real naquele ano, foram mais de R$ 600 milhões em negócios.
“A participação na Expo Riva Schuh já é uma estratégia consolidada na empresa, onde temos uma vasta agenda de atendimentos a clientes majoritariamente da Europa e Oriente Médio. Na Colômbia e nos Estados Unidos também tivemos resultados positivos”, conta Daniella Piazza, gerente de exportações de empresa de calçados femininos que participou da Expo Riva Schuh, da Missão Colômbia e estreou na Atlanta Shoe Market. A profissional acrescenta que a estratégia do grupo é ter os eventos como um hub de negociações na Europa e nos Estados Unidos. Atualmente a indústria calçadista produz 3 mil pares de calçados femininos diários, dos quais exporta 10%, principalmente para países das Américas do Sul e do Norte, e Oriente Médio,
“No ano passado, abrimos novos mercados na Albânia, Aruba, Kosovo, Macedônia, São Tomé e Príncipe e Senegal. Para o ano que inicia, entendemos que há uma mudança com relação aos mercados-alvos, com uma diminuição dos volumes no Oriente Médio. Diante disso, estamos direcionando a estratégia da empresa para a Europa e Estados Unidos”, comenta a gerente.
“Os eventos do primeiro semestre são focados na coleção de Inverno, onde temos uma competitividade um pouco menor. Portanto, as expectativas para os eventos do segundo semestre são grandes, com negociações que tendem a abastecer a empresa nas épocas de baixa no mercado interno”, conclui Daniella.
Para Leandro Moscardini, gerente de Exportação de indústria de calçados em Franca, São Paulo, a internacionalização, para ser bem sucedida, exige construção de imagem, de confiança e de produto adequado. Diante do contexto, o programa Brazilian Footwear tem sido de grande relevância para a empresa. Com uma produção de 800 pares de calçados por dia, dos quais exporta mais de 40% para países do Oriente Médio, Ásia e Américas do Sul, Central e do Norte, a Opananken vem em crescimento no mercado internacional. “Em 2022, crescemos em torno de 20% nas exportações. Para 2023, queremos seguir crescendo. Estimamos um incremento de 10% em relação ao ano passado”, conta Moscardini. “No primeiro trimestre de 2023, participamos da Missão Colômbia e da Micam Milano, ambas com resultados superiores aos registrados no ano passado”, avalia o gerente. Até o final de 2023, segundo Moscardini, a empresa pretende repetir suas participações na Missão Colômbia e na Micam Milano do segundo semestre. “As perspectivas seguem muito boas”, conclui.
Nathália Fernanda Schneider, representante internacional de marcas de calçados femininos que estiveram, respectivamente, na Missão Colômbia e Micam Milano, destaca a importância do apoio do Brazilian Footwear. “O Programa tem papel fundamental, principalmente no suporte e organização dos eventos, viabilizando a participação de marcas que, individualmente, não teriam condições financeiras de participar. Também destaco as equipes de matchmaking, que são muito eficientes e aumentam o alcance das marcas dentro dos mercados”, avalia.
Silvana Silveira, head de Negócios Internacionais de fabricante de calçados infantis, empresa produtora de 4,5 milhões de pares por ano, dos quais embarca 12% para mais de 40 países ( destaque para Equador, Argentina, Israel, Líbia e Rússia ), conta que, após um ano de crescimento nas exportações, de 30% em receita em relação com 2021, para 2023 a expectativa é manter o incremento, mas em ritmo menor. “O ano passado foi de retomada, pois os nossos clientes estavam desabastecidos pós-pandemia e apostaram com maior entusiasmo. Para 2023, optamos por manter a estratégia de seguir fortalecendo a marca nos principais pontos de venda, com uma projeção de crescimento de 7% em receita na relação com 2022”, projeta.
Segundo Silvana, o apoio do Brazilian Footwear para a estratégia da empresa tem sido fundamental. “Nos primeiros eventos do ano foram realizadas reuniões de negócios com seis distribuidores atuais e mais de 30 novos potenciais compradores prospectados. Foram gerados R$ 2,5 milhões em negociações e temos expectativa de gerar mais R$ 5 milhões nos próximos 12 meses”, informa a executiva.